sábado, março 26

Reduto do nada

Não sei bem por onde começar, na verdade não sei se deveria começar. Porque escrever sempre incita um sentimento a cumprir, uma responsabilidade que se deve ter ao deixar a mente passear pelo castelo das idéias, sempre alguém espera por algo. Espera sair melhor do que começou, espera a edificação de algum momento, ou a aquisição de uma nova idéia. E se simplesmente a idéia não mudar? E se a leitura de um texto for simplesmente o delinear dos olhos em busca de novos horizontes, de novas duvidas, e, finalmente chegar-se ao Nada?

Nada, tudo, claro, escuro- compostos, expostos e complementares. Talvez ao entender o nada terminemos por compreender o tudo, a vida parece ser assim, em momentos distintos pensamos estar comovidos com tamanha felicidade, e, não pela efemeridade, tampouco pela inconstância humana, tudo se vai. Acaba. O silencio inunda a alma, e faz refletir em palavras doces de vida, ou seriam doces palavras de vida. Não sei bem a que certo ponto deveria chegar. Na realidade não sei bem se deveria chegar a algum lugar. Cansei.

Talvez a resposta seja viver! Viver incita movimento. Mas também calmaria, equilíbrio e compreensão. Alguns relutam as loucuras do mundo. Não que a loucura seja patológica, na realidade viver em um ambiente paralelo parece ser a solução. Quem de fato consegue ser mais feliz. Quem consegue expressar mais um sentimento, e, para que se expressar? A vida é expressividade? É compaixão? Ternura, ou terna loucura? Por que viver dói? Por que a alegria machuca? Por que a Morte Liberta? E qual a finalidade de ser livre?

Acreditar em objetivos é ser o próprio objetivo, ou apenas ter em mente um modo de fazer aparecer o melhor que há em você em prol de um bem comum? E qual o problema em ser bom?! Aparentemente as pessoas clamam por bondade, mas não reconhecem o real sentindo desse sentido comportamento. Mas o que é real? É o fato.

A liberdade poética me permite escrever sem regras gramaticais, e quem permite a vida escrever em doces lábios de cetim? E seria útil escrever apenas para não dizer nada. Apenas para brincar de ser... E no final se nada tiver acrescido á vida, será uma prova que o existir já é um motivo suficientemente grande para ser feliz!

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