terça-feira, outubro 2

Sabor de Gente

Minha preferida... até agora. Foi concebida após uma aula-pratica de psiquiatria.

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Gosto de gente
Que tem tom de vida
Gente branca, preta, nada esquecida
Gente colorida
Que versa o sabor de ser
Eterna chegada ou partida

Gente que espera
A solitária criança
Gente que ri,
Que chora, que ama fantasia
Gente é igual a poesia

Rima vitórias, métricas
Nada absoluta
Nada fugaz
Vitórias eternas?
Quem se importa?
Vitórias reais

Encanto-me
Com o sabor da gente
Gente que sabe ser gente
Pungente!
Que tem no tom lilás
Aquele doce frescor
Que não hipnotiza
Luta! E faz!

Gosto de gente fraca
Que sabe ser forte
Gente dual
Que trás cravejado na alma
A beleza de ter um caráter marcante
Imortal!

Gente simples
Que brinca de ser complexa
Que trás no escaninho dos sonhos
Um toque de charme
Que me deixa perplexa

Gente tem que saber o seu valor
Tem que sentir o que é o amor
Seja fraterno, carnal ou espiritual
Amor que pinta o céu
Com cores de luz
Que trás sensações calmantes
Que seduz

Gosto de gente
Que apenas chega
E se faz presente por sorrisos
Aqueles
Que comovem qualquer mendigo


Gente, gente, gente
Como me encanta, imanta
Fico apenas a observar
Ou se entro em seus mundos?
Afinal seriam os meus?
Eu me importo!
É o doce mistério
O inteiro
Mergulhado na beleza
Adormecida em tantos “eus”

Que magnifico...
Ser gente...
Coisa de Deus!

quarta-feira, maio 23

Conselhos de uma criança

Não tenha medo
Toque o mundo devagarinho
Absorva todo frescor de mansinho
Delicadamente caminha passo a passo
Acene para cada palhaço
E se faça amanhecer

Não tenha pressa
Descubra o sabor das uvas, das peras, das maças
Colhidas fresquinhas
Dance como uma fada num mundo dos duendes
Baile como uma aprendiz pungente
E sorria para os seus sonos latentes

Não tenha tanta pressa
Brinque de colorir com canetas de cetim
Escreva suas proezas
Brilhe com a magia da lua
Sinta-se rainha ou princesa e conclua
Que a beleza da vida sempre continua

Não seja cética
Corra dos ratinhos imaginários apressadamente
Brigue sempre pelo seu queijo quente
E se deleite com o prazer de seguir em frente

Não seja pontual
Observa a proeza do relógio manual
Viaje nos balanços dos ponteiros naquela hora
Tic tac
Tome um banho na aurora
Fique estuperfata com o tamanho de uma segundo
Pois, já é hora de abraçar o mundo

Não tenha tanta vaidade
Escolha amigos de verdade
Enfeite-se apenas com um laço de fita colorida
Esqueça toda atitude dolorida
E, se jogue
Com os braços abertos nos enlaces do amor

Não perca mais tempo
Aproveite todo amor que há ao relento
Distribua alegria sem contento
E, finalmente aprenda
Que é toda aquela tal de simplicidade
Que faz da vida sempre o melhor momento

sexta-feira, abril 27

Sutilmente, falando a verdade


Acho que estou ficando velha, é devo estar. Antigamente as pessoas eram mais livres. Tenho saudade desse sentimento! A liberdade era tão natural, os relacionamentos eram de verdade, tinha aquele quê de romance. O olhar no olho, o sentir com a voz. Tinha a paquera, a conquista, a forma de querer bem que com uma inocência impar ia se tornando quase cinematográfica. Adoro cinema.

De quando sou? Dos anos 80. 1983 meu ano de nascimento. Parece que nem faz tanto tempo assim, não é? Fui criança, brinquei de boneca, subi no telhando, fiz trilha de bicicleta e joguei muito vídeo game. Sonic era meu jogo favorito, lembro bem. Cresci ao som de É o Tchan, que antes fora gera samba.

Na minha adolescência tive paixonites agudas, entendi o que era ficar, namorar, beijar. Mas, ratifico, era tudo diferente. Existia o frio na barriga ao avistar o menino mais bonito da escola, que por vezes nem sabia que eu existia. E as paixões impossíveis?  É! Definitivamente não pulei etapas. Vivenciei cada idade com a intensidade que ela me permitia.

Ninguém mais lê o pequeno príncipe, nem que seja por e-book. Hoje a inocência está sendo pautada com malicia. A idade adulta chega cedo. Os sonhos estão tão consumistas e tão vazios. E há quem diga que a minha geração, a geração Y melhor dizendo, já tinha sido avançadinha em certos aspectos.

Pasmo ao ver crianças gravidas. Na minha escola tinha meninas que engravidaram cedo também, mas hoje, não é o sexo que está errado, e sim, a maneira como tudo está sendo conduzido. O desejo é gritante, e, é muito bom desejar e se sentir desejado. Mas o importante mesmo é ter todo o jogo de sedução peculiar a cada idade. Pulando etapas terminaremos por burlar qualidade.

O toque. O descobrimento do toque sem pudor, eis o mais importante. A magia de ir descobrindo o próprio corpo e o do parceiro é mais gostoso quando feito lentamente. Aos poucos, quando descobrimos também o que almejamos da vida. Quem somos...

Na adolescência parece que a vida da gente vai acabar em um segundo e temos que viver tudo, com intensidade, e rapidamente. Terminamos por perder o melhor do premio que é a forma de nos conduzirmos até ele.

Hoje percebo que há uma enxurrada de informações, todos são detentores de um saber ser que termina por gerar mais confusão do que comunicação. Quem está nos ensinando que tão importante quanto usar um preservativo é ter um elo interessante com o nosso parceiro? Alguém se esqueceu de falar que para se ter um sexo prazeroso a ligação emocional é fundamental. Com isso não estou querendo dizer que é necessário casar para poder ter um relacionamento sexual saudável, porque iremos terminar por repetir o erro dos nossos antepassados que ao se casarem rapidamente aniquilavam toda forma de sentir prazer, por simplesmente se desconhecer... Quiçá conhecer o outro.

Os distúrbios sexuais estão lotando as salas de espera dos terapeutas. Porque tanto problema por algo que faz tanto bem ao ser humano? É o que vivo me perguntando.  Alguém já parou para perceber o parceiro hoje? É importante cultivar a admiração, o jeito de falar, aquela forma especial que ele tem de sorrir com olhos entreabertos. A maneira calma de caminhar. A garra para lutar por seus ideais. O cuidar com a família. Já notou como aquele defeito e a forma de brigar com você pelo seu atraso é um charme? E a inteligência? Alguém discute Clarice Lispector melhor do que ele? Isso tudo sem falar no gosto musical...

É isso que está faltando. Não precisa mandar rosas. Não precisa comprar um carro novo após uma briga. O que realmente encanta é a simplicidade. Um recado no mural do face book. Torpedos para celular só para mandar um oi. Um abraço gostoso ao se encontrar. Tão simples e tão eficaz.

É definitivamente estou envelhecendo. Estou a cada dia me importando com coisas mais simples, esquecendo certos valores monetários. Adorando a gentileza. A vida está me proporcionado mais qualidade mesmo trabalhando e estudando por longas horas. A vida está sorrindo para mim. Minhas relações? Ah, essas estão cada vez melhores...


sábado, abril 14

Idas e Voltas ao passado

Quanta saudade... Nunca mais escrevi para esse blog! Aqui vai mais um devaneio! Make yourself at home... E todo seu, pode chegar e se deliciar com a leitura e ler sem compromisso algum com o tempo ou comigo. ;-)
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Hoje eu estava admirando o tempo antigo, sem entender bem o porquê de tanto encantamento pelo que passou... Eu e minhas dúvidas, sempre! Acho que elas me movem...

O antigo é simplesmente fantástico, acho que porque a gente nunca mais vai poder interferir nele, desse jeito no passado ficam todos aqueles devaneios, sempre aquela sensação do “e se tivesse acontecido de outra maneira”.

 Mas, hoje o que me encanta mesmo são todos aqueles tempo que eu não vivi... a beleza do surgimento do bossa nova, o surgimento da fotografia. Fico imaginando o quanto especial foi alguém que pensou em gravar momentos em papeis para se eterniza-los, como se tudo realmente pudesse ser eterno...

Penso naquela época do feudalismo, as capitanias, como é que as pessoas aguentavam sobreviver com tamanha precariedade, se bem que acho que se hoje eles tivessem vendo a nossa realidade diriam que estávamos precários em tantos aspectos... Mas deixa isso para lá...

Encantam-me lembrar dos poetas do romantismo, eles eram tão apaixonados quanto jovens, e, sabiam que ia morrer cedo, mas se entregavam de corpo e alma. Acho que eles tinham respostas para suas duvidas, ou não... Já que, repito, as dúvidas são sempre o que movem o mundo...

Vinicius de Moraes e Tom Jobim quanta malandragem, de veras queria tê-los conhecido, quiçá me apaixonar por um deles e viver um grande amor tão reprimido quanto sua época... Naquele tempo nada era permito e tudo era construído, sinceramente não acho que as pessoas eram mais lutadoras ou inteligentes, mas acho que eram as que faziam mais barulho... E que barulho sonoro maravilhoso...

Ah, a doce e amarga Clarice Lispector, sempre com suas duvidas revestidas de certeza, quem a lê consegue perceber pelas entrelinhas o quanto a dúvida e a busca por saber, por ser e por viver foi constante em seus escritos...

Continuo fascinada pelas coisas de antigamente, a luxúria camuflada em inocência, pois, tudo era realizado da maneira que hoje, mas tinha um quê de pureza... Acho que sofreria muito se vivesse naquela época, mas com certeza seria um sofrimento bastante divertido.

O bondinho, a impossibilidade de voar, o golpe militar quantas influencias culturais para mover o mundo. A bancarrota de 1929, o mundo extasiado por estar em uma crise que parecia o fim do mundo, pois é caro amigo leitor o mundo não se acabou... E, sinceramente, creio que não se acabará. Não  para todo mundo, não da forma que prejulgam.

Mas que havia um quê de mistério e de magia naqueles tempos, ah, isso havia... Não queria estar lá. Não queria viver todas as dúvidas impostas pela igreja, pela religião. Mas, queria ter a oportunidade de passear por todo aquele tempo como expectadora para me deliciar com a graciosa arte da observação. Cada sorriso por uma nova descoberta. Cada frustração por uma tentativa que poderia ter dado certo.

Andar por entre becos e ruas e perceber a escuridão que sanaria todos os medos supérfluos do escuro. Seria uma viagem maravilhosa. E Seria mais maravilhosa ainda por ser apenas uma viagem. Por eu poder voltar e viver nesse mundo louco do presente ou futuro, porque tudo dependeria de um ponto de vista. Meia noite em paris ou meio dia em João Pessoa. O passado e o presente-futuro caminhado de mãos dadas. Que delícia. Não?

É o que tenho a dizer, repleta de sonhos e duvidas com o passado, é maravilhoso pode olhar para o mundo com a certeza de que estamos no tempo e no lugar correto. Mas que o passado me encanta e que uma viagem a ele seria como visitar um museu itinerante, simplesmente fantástico... Doces e repletas e mágicos momentos vividos, tão encantadores por morar em nosso imaginário e não poder mais voltar... Como é bom devanear...

sexta-feira, dezembro 30

Anonimato

Eis a poesia que foi classificada no prêmio poetize 2012!  Espero que gostem!
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Anonimato

Quem ousaria transitar com tamanha suavidade

Entre o sim e o não?
Emprestar aos seres o quê de mistério
Para assim desvendar castelos com exatidão?


Quem perderia qualquer pudor em demonstrar idéias
E lutar por ideais, mesmo ínfimos e fugazes
Com a presteza de que o amanhã se definiria?

Quem estaria sempre opinando, burlando, ludibriando
Os corações repletos de ternura e dúvidas dos amantes.


O silêncio do anonimato...
Ah, o senhor da razão, da coragem e do medo
A dualidade de ser sem ser
A segurança burlesca que priva sentimentos e sensações
Que permite uma plenitude fria e vazia
Pautada na covardia do anônimo herói


E porque não contemplar a tolice de reinventar
Os Sonhos anônimos de outrora...

quinta-feira, junho 30

Coisas de Aline

Que eu gosto de escrever nao é novidade, mas hoje fui inundanda por uma alegria imensa de ser Aline.. E como já escrevi para muitas pessoas nessa vida. Fiz o primeiro poema em minha homenagem! Não é egocentrismo, é amor mesmo!  Entra nessa loucura comigo, vai?!   

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Coisas de Aline
                         Coisas de Mulher



O toque suave no vento
A dúvida certeira no olhar
Um dom de se revirar em contentamento
À espera e a encantar

Palavras! Doces tormentos
Frio, calor, aventura
Um misto de anseios
Um quê voltado à loucura

A liberdade de ser mulher
Com independência de seduzir
A paixão como voracidade dos desejos
O amor!
É o saber em tropeço
E a luz que abrilhanta com frescor

Quem nuca suspirou por uma graciosa menina?
Quem nunca sonhou com o mistério da mulher?

Sou a menina nos esquadros da vida
A mulher sucumbindo à voluptuosidade
Brincando com a harmonia do dia
E na magia da noite
É o meu jeito...
Completo
Audaz e singelo
É o meu jeito Aline de ser.

quarta-feira, junho 29

Aquilo que Incendeia em vida

Estava eu velejando por mares literários, quando encontrei uma nova modalidade de poesia... O poetrix, de origem baiana. O que chamou minha atenção é a nuance no dizer sem falar, na mensagem subliminar que se consegue exprimir. E na total falta de subestimar a capacidade do leitor. Pois bem... Meu primeiro poetrix para vocês.
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Aquilo que Incendia em vida

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En-cantos

                                                                     (H)á-Braços


Pro-fundos
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quarta-feira, junho 8

Um toque musical

 

A arte imitando a delicadeza da vida

Num pulsar profundo equilibrista

Olhos profundos, olhares superficiais

Toques sutis, agudos, graves…

 

A musicalidade do dom

Do sorrir, do sorver, do reexistir

A doçura a alegria encantada com a melodia

o som do silencio

A música da alma, a arte da vida

 

E …

como não se apaixonar ?

E por que não se apaixonar ?

É o êxtase da vida

A essência do nada

A esperança do tudo!

A arte ?

É o  artista!!

sábado, março 26

Reduto do nada

Não sei bem por onde começar, na verdade não sei se deveria começar. Porque escrever sempre incita um sentimento a cumprir, uma responsabilidade que se deve ter ao deixar a mente passear pelo castelo das idéias, sempre alguém espera por algo. Espera sair melhor do que começou, espera a edificação de algum momento, ou a aquisição de uma nova idéia. E se simplesmente a idéia não mudar? E se a leitura de um texto for simplesmente o delinear dos olhos em busca de novos horizontes, de novas duvidas, e, finalmente chegar-se ao Nada?

Nada, tudo, claro, escuro- compostos, expostos e complementares. Talvez ao entender o nada terminemos por compreender o tudo, a vida parece ser assim, em momentos distintos pensamos estar comovidos com tamanha felicidade, e, não pela efemeridade, tampouco pela inconstância humana, tudo se vai. Acaba. O silencio inunda a alma, e faz refletir em palavras doces de vida, ou seriam doces palavras de vida. Não sei bem a que certo ponto deveria chegar. Na realidade não sei bem se deveria chegar a algum lugar. Cansei.

Talvez a resposta seja viver! Viver incita movimento. Mas também calmaria, equilíbrio e compreensão. Alguns relutam as loucuras do mundo. Não que a loucura seja patológica, na realidade viver em um ambiente paralelo parece ser a solução. Quem de fato consegue ser mais feliz. Quem consegue expressar mais um sentimento, e, para que se expressar? A vida é expressividade? É compaixão? Ternura, ou terna loucura? Por que viver dói? Por que a alegria machuca? Por que a Morte Liberta? E qual a finalidade de ser livre?

Acreditar em objetivos é ser o próprio objetivo, ou apenas ter em mente um modo de fazer aparecer o melhor que há em você em prol de um bem comum? E qual o problema em ser bom?! Aparentemente as pessoas clamam por bondade, mas não reconhecem o real sentindo desse sentido comportamento. Mas o que é real? É o fato.

A liberdade poética me permite escrever sem regras gramaticais, e quem permite a vida escrever em doces lábios de cetim? E seria útil escrever apenas para não dizer nada. Apenas para brincar de ser... E no final se nada tiver acrescido á vida, será uma prova que o existir já é um motivo suficientemente grande para ser feliz!

quarta-feira, março 9

Quantos seres há?



Algumas reflexões embriogênicas acerca do que é ser humano.  Estou me inserindo no mundo apaixonante da psiquiatria.
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Há quem passe pelo mundo e não se aperceba das grandiosidades que o evoluir dos tempos proporciona.

Há quem olhe para o mundo e veja tudo cinzento, ou monofônico. Há aqueles que vivem a espera de um milagre, que esperam a ação, aqueles que por tamanha alegria e compaixão, se enganam com uma pseudofelicidade e estatizam diante da vida...

Há quem viva lutando na busca incessante do autoconhecimento, que cai, levanta e não se espanta com as loucuras do seu jeito, que choram por se acharem fracos diante dos obstaculos ou se sentem perplexo por perceberem a dimensão do amor que há em ser a diferença...

Há quem perceba o tom da vida e mescle o olhar dos ávidos, a paciência dos estáticos e a força dos dinâmicos...

Há quem simplesmente existe... Numa incomensurável dúvida em ser o possível. Psicopatia? Psico apatia? Que diagnóstico diferencial seria dado á vida??

Há desperdicio. Há gente. Há mente, há braços...