domingo, dezembro 19

Noites de domingo

Pela primeira vez senti …

Medo?

Só se tudo aquilo fosse fantasia

Pela primeira vez - o sim,

Balbuciado pelas doces e tenras palavras

Ele?

Ah... Encontrei, pronto

Daquele sutil jeito desejado

 

Foi a  primeira vez que ouvi…

Só sei que senti minhas bases tremerem

Uma confusão calma?

Desfiz idéias – Ousei – Repensei!

 

Fui livre como uma brisa de verão,

Leve como a certeza do outono,

E intensa como a sabedoria do inverno

Liberdade, vida, melodia ...

Certeza, dúvidas,  ousadia?

Domingo…

Noite de intensa magia!

domingo, novembro 7

Um encontro nas águas do EU

Observei...


O ar acarinhava levemente o delinear das ondas
As águas cristalinas iam ao encontro da beleza,
Do frescor, da sintonia da vida
Pessoas passavam
Pessoas comentavam
Alguém entendia, era o momento exato!
Era o suspeito instante em que a alegria iria sorrir


Um sorriso que brotou da alma
Abraçado por um equilíbrio que denotava a ciência do amanha
Do hoje, de outrora
O tempo se abrilhantava mediante o espetáculo
Deixava a brisa penetrar por entre seu corpo,
Abraçava o nada e sentia a essência do tudo
Ela era eu. E eu? O tempo...


Uma voz anunciava: É chegada a hora!
Do desabrochar de sonhos
Retiremos as amarras
Da infelicidade efêmera,
A plenitude é o segredo ...


O segredo de encontrar o equilíbrio
De seguir, de acreditar, de lutar
Hora é de escrever histórias no papel novo do mundo
De abandonar antigos personagens
E acreditar que o rei ou a rainha do mistério
Pode ser ... Eu ou Você!

quarta-feira, setembro 8

O cinza do esquecimento

A porta se abriu
Deixou no ar um sabor de saudade,
Um frescor de desejo com um respingo de amor
Foi como se não tivesse chegado,

Partiu ...
Naquela noite, ao som de vida,
Na balada do silencio os olhos se despediam,
A vontade era parar o tempo,
Porque não permitir que o ontem fosse hoje?
O desejo era sonhar com o amanha.

Amanha? Esperanças?
Não! O tempo se foi, a cortina se fechou!

A vida mostra um novo caminho...
Fica um pouco de nós, leva um pouco de sonhos
Fica no cinza de um vazio, de uma lágrima.

Ousaria aprender com os erros?
Sim! As escolhas já foram feitas
A estrada é longa e agora os passos são largos
É hora do recomeço...

O momento sugere reinvenção de valores
O aprendizado reina, a sabedoria é a mola propulsora
Esquecer sorrisos? Olhares? Confidencias?
É hora, agora!

domingo, julho 25

Escrever? Hoje eu precisava...

Hoje eu precisava escrever,
Talvez por necessidade de gritar ao mundo os nossos sentimentos mais ocultos,
Talvez pela simples verdade de fazer com que o papel em branco,
Não mais se tornasse vazio como as duvidas que abrigo em mim
Ou as certezas que abrigas em ti.

Hoje eu precisava escrever
Para entender o vazio
O vazio de um sorriso superficial,
O vazio de uma alegria triste,
O vazio da saudade...

Hoje eu precisava escrever
Para entender a saudade do tempo
Ou nos permitir o tempo da saudade sentir
Às vezes percebo que ele tem saudade de tudo que poderia ter sido e não foi
Vejo a lágrima nos olhos por tudo que poderia ter sido e foi
Outras vezes percebo o alivio que o tempo empresta a saudade
Alivio de olhar, experimentar, e, saudosamente curtir o céu de agora

Hoje eu precisava escrever
Para contar ao menino que o passarinho pousou na minha janela...
Para dizer à menina que um coração partido é privilégio de quem vive e se entrega
Para dizer ao velhinho que as lembranças do ontem é que faz a personalidade do agora,
Mas, o ontem precisa ir embora

Hoje eu precisava escrever
Para tentar deixar o mundo mais colorido
Para fazer o azul dos sorrisos tornarem-se roxo,
Pela delicadeza da mistura do azul da dúvida com o vermelho do amor

Hoje eu precisava escrever
Para falar dessa diversidade cultural
Da beleza que há em miscigenar raças, costumes, amores
Para dizer ao mundo como é edificante entender o outro
Como é sutil e estonteantemente bonito viajar por entre mundos alheios
E perceber que cada ser traz em si um quê de duvida, coragem e ousadia

Hoje eu precisava...
Apenas precisava escrever,
Para que sem querer eu terminasse por me encontrar em você
Com o intuito de demonstrar quão grande é a vida, o mundo e os sonhos
Eu precisava lhe convocar para a luta do saber, para demonstrar
Que a profundidade dos desejos nos guia para a felicidade da vida

Hoje eu precisava escrever apenas para dizer: Acredite em você!

terça-feira, julho 13

Mais uma dádida: A do sentir

Depois de tantos questionamentos (que eu adoro), algo para aquietar o coração... singelo e puro? Talvez! rs
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Não!
Não era amor...
Era o frenesi, uma inquietude de almas
Era mais um olhar solto na multidão
Era um caminho de desejos

Não era amor?
Era um telefonema de madrugada
Era um sorriso tímido
Era uma espera descontente
Era uma saudade insaciada
Era uma alegria lacônica por estar junto
Ou era um contentamento por estar momentaneamente distante?
Era o sim, era o não
Nunca era o talvez


Não! Era amor!
Era o som da bossa nova
Era o toque profundo na sintonia de corpos
Era a profundidade de idéias e ideais.
Era o questionar, o sentir, o viver
Era o concatenar de sonhos
Com a força para vencer o impossível
Era o segredo da noite
Era o silêncio do dia
Era o dançar delicadamente no solo da alegria


Não era, amor...
Era o esmiuçar das capacidades
Era o desentender o entendível
Era o acreditar
Era a inconstância
Era vida? Não!


Tudo tão sabiamente se complementava,
Era uma luta de opostos
Pautada em um equilíbrio de iguais
Algumas vezes confusos, outras vezes tenazes
Definitivamente, não era amor!
Por quê?
Ah, Era melhor!

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sábado, julho 10

Relacionamentos... uma autoproposta?

Por ai há quem diga que os relacionamentos são o reflexo da personalidade do ser humano, dizem que quando somos bem nascidos, bem criados tendemos a reconstruir relacionamentos perfeitos por toda a nossa existência. O contraditório de tal afirmação é aceitar a possibilidade de perfeição. O que vem a ser perfeição?

Há quem acredite que perfeição é estar enquadrado nos ditames sociais, analisando-se a conjuntura atual da sociedade, um relacionamento perfeito é aquele em que um ser é o responsável por suprir a relação com afeto, atenção, carinho, enquanto o outro apenas se preocupa em mostrar a sociedade quão feliz eles são. Vejo que a possessividade caminha lado a lado com a perfeição, sempre escuto pessoas falarem meu marido, minha mulher, meu filho, meu homem. Como assim? Em que loja os seres humanos estão vendidos? E qual o preço? Qual o real valor de uma alma, de sonhos, de subjugamentos?

Sou essencialmente apaixonada pelo amor, no entanto, totalmente contra o amor fútil, superficial, o socialmente aceito atualmente. Criam dias de namorados, comercializam casamentos, e assim os contratos vão sendo assinados, as famílias vão se agregando, e fingindo serem perfeitos, apenas se suportam. Odeio a perfeição, ela apenas demonstra que nada precisa de mudanças, e como se vive sem mudar?

Percebo que vivo em movimento constante, nunca sou a mesma pessoa ao acordar, tudo que acontece a minha volta faz com que eu reflita, repense e decodifica minha personalidade. Como posso esperar que os relacionamentos sejam estáticos? Como esperar que aquele homem que se apaixonou por mim (ou por um espelho dele em mim) possa me olhar da mesma maneira, se eu constantemente mudo e ele também.

Como me contentar em estar inserida num mundo social estático, de valores superficiais... Odeio a superficialidade... Ela apenas massifica, e como já dizia o antigo clichê a unanimidade é burra. Não que eu tenha algo contra a burrice, apenas não sei ficar à espera fingindo viver.

Proponho uma reconfiguração de relacionamentos... Proponho a quem? A mim, a você, ao mundo. Reconfigurar relacionamentos não de forma libertina, não visando colecionamento de amantes, isso seria mais uma apologia a superficialidade... Proponho relacionamentos livres de amarras sociais, livre de preconceitos, livre de regras burlescas, infames e vis. Quem falou que eu realmente preciso lembrar todas as datas especiais ou convencionadas por alguém? Tenho que abdicar do dia em que eu escolhi para ser meu em prol de alguém apenas por obrigação? Quero ter o direito de estar em minha companhia e quero também entender que há dias que não há possibilidade de eu desfrutar a companhia de outrem. Porque esperar uma ocasião especial para dizer que se ama? E por que esperar que o amor que eu dedico a alguém seja igual ao que esse mesmo alguém deva dedicar a mim?

Quero ir de encontro a convenções que danificam relações. Quero ter o direito de falar, de silenciar, e de ouvir. Quero entender o que se passa no mundo das pessoas que estão a minha volta. Quero pessoas autênticas, que não precisem fazer exuberância para me impressionar. Quero simplicidade, realidade, verdade repleta de erros e acertos, por que não?

Porque há tanta necessidade em gritar ao mundo que estamos felizes? A felicidade real não precisa ser um troféu que me destaque dos outros, ela precisa ser sentida, entendida, apenas deleitada. Quero ter o direito de dizer um até logo. Quero ter o direito de viver apenas a minha vida, de ter segredos comigo, quero ter o direito de estar em lua de mel com minha essência. Talvez pareça até egoísmo tamanha proposta, mas como posso dar o melhor de mim numa relação se eu não tiver plena convicção do que o melhor de mim significa? Para que desperdiçar energia mostrando ao mundo que tenho uma relação perfeita? Não tenho tempo para isso! Não mais.

Prefiro vivenciar a liberdade do relacionamento. Quero ser lembrada por uma bobagem como um sorriso, quero ser procurada num momento de desespero, e quero até ser esquecida num momento enorme de felicidade para que assim a liberdade seja uma característica dos meus relacionamentos...

Quero ser amada por ser livre... Talvez você nem perceba o quanto eu sou feliz, talvez o mundo me critique por achar impossível amar de maneira tão livre e profunda, quem sabe alguém me compreenda... Decidi aceitar a autoproposta  e você?

sexta-feira, junho 18

Como é delicioso poder voltar para casa

Como é gostoso voltar para casa, sentir as sensações de outrora e perceber que tudo ficou exatamente como deixamos, que as pessoas continuem a viver as suas vidas, que o gatinho estar a se lambuzar no leite, e, os passarinhos continuam a chegar à janela para avisar a estréia do sol.

Como é gostoso perceber a harmonia do silêncio, o cheiro de terra molhada, aquele frio que da uma vontade a mais de ficar na cama... Como é bom ver velhos programas de televisão, sorrir das mesmas piadas, passar pelas mesmas ruas, se encantar pelas mesmas casas e ir de mansinho reconhecendo a si mesmo.

Que viagem deliciosa ao passado, a essência, aqueles pequenos e mágicos momentos que foram de fundamental importância para o desenvolver da nossa personalidade. Como é maravilhoso poder abraçar aquelas pessoas que nos deram o dom de viver, jogarmo-nos nos seus colos, e apenas sentir... O pulsar do coração descompassado de tanta felicidade por saber que estamos de volta, ou que apenas estamos ali.

Que delicioso ser abraçado por velhos amigos e perceber que eles mudaram tanto quanto você, e ainda assim demonstram tamanha felicidade por estar ao seu lado. Como é bom sentir o amor, mesmo quando vem recheado de defeitos.

E o mais gostoso é ter certeza de que as doces lembranças do passado vão estar sempre ali, prontas para nos relembrar a nossa essência, a nossa base, sempre que precisarmos encontrar o referencial de quem somos nós.

As lembranças, as pessoas, os sorrisos, os gatinhos, os passarinhos, o cheiro de terra molhada, vão bem de leve fazendo surgir na sua mente qual foi o real motivo que fez você escolher a rotina diária, os seus sonhos, e, anseios. Você termina por perceber como é bom estar com você, como você é especial por ser tão bem querida.

Você fica feliz, por ter plena convicção de que as escolhas foram certas, se sente mais forte para lutar, mais audaz no conceito de viver, sente que o passado sempre lhe ajuda a encontrar a sua essência e o mais especial, tem absoluta certeza de o presente é sempre o melhor lugar para plantar os sonhos. Você sorri, e fica verdadeiramente agradecida por ter escolhido, por ter vivido, por poder ir embora e por sempre poder voltar... Como é delicioso poder voltar para casa...

terça-feira, junho 8

Será que é errado?

Esse ''poema'' foi o mais louco da minha vida... Feito numa semana de provas, e por incrivel que pareça cheio de alegria... rs
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Será que é errado?
Ir em busca da leveza
Sorrir com um gole de cerveja
Dançar com uma música de amor

Será que errado?
Viajar sem direção
Ter um mundo em minhas mãos
Ter as minhas mãos no mundo

Será que é errado?
Desejar o bem a quem não conheço
Gargalhar dos meus defeitos
E ser mais você e eu

Será que é errado?
Ficar quando a vida pede para eu ir
Ir ficando aqui, ir cantando ali
Ir vivendo assim

Será que é errado?
Sentir saudade daquilo que ainda tenho
Ou daquilo que nunca tive
E contemplar a delicia do “querer bem”

Será que é errado?
Querer trazer a paz, o carinho, o amor
Acreditar que eu penso que o que penso não existe
E mesmo assim continuar buscando
Por desejar que seja possível

Será que é errado?
Achar engraçadas as minhas dúvidas
Surpreender-me com a minha coragem
De falar um monte de bobagem
E ainda assim encontrar o amor

Pois, se errado for
Vou reinventar a verdade
Fazer ode a liberdade
E contemplar a magia do sabor

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sábado, junho 5

Conversando com a vida... Ela tem medo de que?

Às vezes a vida roga por uma atitude nossa, mostra caminhos diversos, novas oportunidades, novos sonhos, e encarcerados na nossa vil empáfia de sermos inerte, nos fechamos a tamanho magnetismo. Fechamos-nos pelo medo de conhecer o novo, pelo medo de perder o comodismo de saber aonde ir, onde pisar, o que ouvir e o que falar...


Estamos tão iludidos com a realidade que controlamos que ficamos cegos diante de tamanha imensidão. É a vida nos apresentando oportunidades a todo instante, e nós estamos sempre  relutando em aceita-las, por estarmos ligados a um passado. Passado este de sonhos e ilusões...

Problemas em sonhar não existem, o problema é latente quando apenas sonhamos... Aquele que apenas sonha está sempre a esperar por algo impalpável. Espera que o dia de amanhã seja ensolarado, mesmo que seja em pleno inverno, e, quando o amanhã chega e ele percebe que o dia está chuvoso, ao invés de observar a beleza da chuva, ludibria sua mente com o sonho da luz do sol. E assim os dias se vão... O descontentamento reina, até que o tão esperado verão dá o ar de sua graça, o sol chega, brilha, irradia energia. E sabe o que o eterno e apenas sonhador faz? Entristece-se porque fora justamente naquele dia que o seu sonho tinha sido a chuva... E assim a vida se vai...

Ficamos tão presos na imensidão do sonho impossível que esquecemos o sonho presente, o possível, o realizador, o magnetizador... Talvez o grande problema seja viver no amanhã, no ontem, ou mesmo ludibriar o agora.

Penso que nós, na grande maioria dos momentos da vida, sabotamos nossas emoções, sabotamos por uma necessidade de aceitação, lutamos, buscamos ser aceitos, vivemos o sonho de um relacionamento, e quando este acontece, nada mais é que a pura e sagaz realidade... A deliciosa pura e sagaz realidade... A que nos permite olhar os outros nos olhos, a que nos permite entender olhares, a que nos faz chorar por estar desiludido com a inexatidão da vida, a mesma que nos faz estar em um lugar no exato momento em que não poderíamos. Porque é isso que acontece... Precisamos de momentos e lugares especiais para ser felizes?Será?

A felicidade é algo simples, e tão bem comentada pelos poetas... É a felicidade de olhar para um ser doente de corpo ou alma e conseguir o fazer sorrir por um momento singelo de beleza... É comer aquele delicioso pedaço de chocolate, tomar um gole de vida! É se sentir reconhecido por um êxito, é perceber que ninguém apontou um grande defeito e ao mesmo tempo não se deixar engrandecer por grandes situações.

E o que sempre paira em minha mente... Se a felicidade é algo tão simples porque insistimos em viver na tristeza? Por que insistimos por procurar por aquele certo alguém, aquela certa casa, aquele emprego ideal? Por que não procuramos por nós mesmos?

Acho que a resposta está no medo, medo de ousar, medo de ser feliz... Eu insisto em argüir que a felicidade caminha lado a lado com a liberdade... Mas não confundamos liberdade que apreende, que subjuga e aniquila... A felicidade é a liberdade que transmite leveza, a liberdade de sorrir, de chorar, de estar feliz, de estar triste... E por que teimar em criar estereótipos, amores possíveis que os tornamos impossíveis? Por que se trancafiar em uma relação superficial? Por que se privar de conhecer o outro? Por que? Talvez estejamos tão acostumados a ousar na busca de uma liberdade, que em alguns momentos perdemos a liberdade de ser livre.

A vida pede muito mais do que uns minutos de sorrisos, uns segundos de prazer. A vida pede muito mais do que a vibração da conquista... Conquista. Amores. Relações. A vida é muito mais. A vida pede atitude. Pede coragem! Coragem de se assumir, de enfrentar os medos, de encarar os obstáculos e de sorrir para as adversidades. A vida não espera que sejamos espectadores pacientes... Ela impulsiona. E cedo ou tarde, mesmo temendo, mesmo com ansiedade, a vida nos testará, e a partir desse momento você entenderá que o fato de apenas não fazer nada, ficar preso a convicções vis fará com que você co-exista... É por essas e outras que eu escolho viver e você?

segunda-feira, abril 12

Simples e complexas escolhas

Eu escolhi...

Escolhi estar aqui,
Escolhi sorrir, escolhi voltar,
Só por hoje escolhi,
E entendi que o adeus é uma forma de se libertar

Libertei-me das ilusões de outrora...
Libertei-me dos sonhos impossíveis,
Porque o impossível não existe...
Libertei-me da exatidão da dúvida
Libertei-me da loucura da certeza

Libertei os medos,
Deixai que eles sejam contemplados por aqueles que temem a vida...
Deixemos que o medo seja um protesto?
 Quero ir adiante...
Pela sutil liberdade de poder enxergar o horizonte

Quero aprender...
A liberdade dos movimentos
Sutis, vorazes, intermitentes, complexos

Quero viver a liberdade de sentir...
A imensidão de ser quem sou,
A insanidade de ser quem és,
E a efemeridade de sermos nós.

quinta-feira, abril 8

O que mais me encanta na poesia é que quando me expresso poeticamente, o outro não é obrigado a concordar comigo. Na verdade, não há nenhuma razão para que ele o faça, e, no entanto tenho uma grande expectativa de que ele possa me compreender, provavelmente pela não-necessidade compreender...

terça-feira, março 2

Mar de fantasias

Imprevisível, aceitável, irrecusável,
É o simples olhar perdido na imensidão do mar de incertezas,
Sedutores, Sensuais...

É sentir o toque,
O deslizar por um corpo lindo,
Sucumbindo de prazer e sensualidade,
É se perder em cada centímetro,
Sentir o calor, a ardência, chegar ao êxtase...

Corpos, suores, fantasias,
Deliciando cada segundo de delírio,
É brincar de eternidade

É sentir- se forte,
É sentir-se fraco,
É mergulhar na insanidade
E se tornar cúmplice da loucura.

segunda-feira, janeiro 25

No escuro, no show

As luzes não acenderam, todos esperavam ansiosamente... O escuro pairava e enchia os duvidosos corações dos espectadores, de calma, serenidade e curiosidade... Alguns olhos insistiam em procurar algo a fitar, mas, vorazmente percebiam que qualquer paisagem seria menos estonteante do que aquele escuro.


De repente, todos começaram serenamente a viajar num singelo som que acarinhava os ouvidos sensíveis e atentos da platéia, e, em poucos segundos cada alma ali presente irradiava uma energia capaz de romper totalmente o silêncio dos olhares, até dos mais sombrios...

Pouco a pouco a delicada e madura voz balbuciava palavras ao coração, a emoção era arraigada; e atônitos todos tentavam enquadrar a emoção com algo já sentido, presenciado. Mas inútil era a tentativa, pois, o público estava acostumado com uma emoção sintética, dialética, linear.

E como ingênuas crianças, que aspiram à vida pela primeira vez, se entregavam a uma nova e deliciosa experiência, mergulhando na expertise da emoção dualista, racionalizada com um quê de paixão e amor. Uma emoção que era o próprio amor, a verdade, o frisson, a insensatez, a calmaria, a sabedoria, o olhar, o sabor, o gesto, o silêncio.

Por algumas horas, o silêncio timidamente tornava-se cúmplice da música ao testemunhar tamanha magia, era a arte sendo expressa da forma mais singela, humilde, simples e inesquecível. O que me encantou na platéia daquele tremendo espetáculo foi à percepção de harmonia que emanava dos corações do teclado, da bateria, do contrabaixo, por um momento, senti que os instrumentos tinham alma, espírito e encantavam pela felicidade transmitida.

Percebi que um amor apaixonado poderia ser a explicação para tamanho espetáculo... E por um instante me despi dos questionamentos, das dúvidas, e me joguei nos braços da emoção, me permiti apenas sentir.

Senti a verdade, a musica, escutei cada palavra que o coração da bateria gritava, senti o sopro de cada respiração do teclado, e sorvi o sabor de vida que emanava do âmago do contrabaixo... Mais uma vez me apaixonei pela vida e agradeci por ter presenciado tamanha emoção, na exatidão, no escuro.





domingo, janeiro 10

Em 2010...


Se você tivesse a oportunidade de ver, por um momento, a beleza da vida com a singularidade de quem está a contemplar o mundo pela primeira vez se encantaria? Ou encheria de amargura, por perder a capacidade de sentir e por perceber as coisas como elas realmente são?

Desenharia novos objetos? Daria novos nomes as cores? Novos significados a vida... Ou se habituaria a aprender e aceitar os velhos nomes, paixões e amores...

Ouse ... simplesmente porque na vida tudo é uma questão de escolha...

segunda-feira, janeiro 4

Revelações em Olhares

O olhar desnuda o ser em seu mais profundo segredo,
tornando-se revelável aos olhos de quem o foi perceptível
pela afinidade de almas, expondo sentimentos mútuos,
únicos e ímpares em um espaço de tempo mínimo, porém eterno.

(Gracinha P. Almeida).


Palavras de uma grande amiga, talento inato, sensibilidade eterna...