quinta-feira, junho 25

Em busca dessa tal liberdade

É um tanto clichê assumir que liberdade é a capacidade de ser livre, de voar, e de defender seus pontos de vista, diria que certas definições de liberdade chegam a soar como piegas. Dizem ao vento que nós somos quem escolhemos ser, temos liberdade de escolha, será que de fato teremos essa tão sonhada liberdade?

Liberdade de escolher que a miséria é a mãe do mundo? Liberdade de escolher que os hospitais estarão sempre sucateados? Liberdade de escolher que as escolas não mais terão recursos a merenda? Liberdade de escolher a vida...

Fico pasma com essa tal liberdade, uma liberdade que nos prende que nos incapacita até de raciocinar conforme os nossos preceitos e conceitos, pois, até no mundo acadêmico não temos a liberdade de questionar o que aprendemos, pois, não nos é ensinado a pensar, a questionar, somos sempre expostos a ideais prontos.

Nietzsche, Foucault, Durkein, Platão, Lacan, eles sim tiveram liberdade, liberdade de pensar, foram ousados, e seguiram adiante no mundo fascinante das idéias.

É jocoso supor que a liberdade freudiana estava diretamente atrelada à sexualidade, e como poderíamos ser livres se estávamos sendo comandados por um desejo, seja ele no âmbito de ID, EGO, ou SUPERGO?Poderíamos, então, recorrer à liberdade Nietzscheana, aquela em que encontramos a felicidade dentro de nós mesmo, buscando uma liberdade incondicional. Como ser livres se olvidamos de conhecer-nos? A liberdade pregada por Nietzsche poderia ser observada nos dias atuais? Será que de fato teríamos um arcabouço emocional que nos permitisse ser, de veras, livres?

Infelizmente, a cada passo que damos em direção a liberdade nos escravizamos mais, buscamos tanto saciar nossa sede de liberdade que permanecemos escravos do nosso desejo de ser livre, paradoxal, não?

Então, poderíamos inferir que a liberdade é utópica, portanto, inexiste na cultura ocidental? Como ser livres se estamos presos a nós mesmos?

O estado dúbio exacerba quando percebemos que somos manipulados constantemente por fatores adjacentes a nós, a mídia, formadora de opinião é tão potente que passa uma mensagem subliminar de prisão. Há aqueles que afirmam que são ilesos a prisão, que são livre e não se “prendem” a nada, nem a ninguém. E, então com uma sabedoria freudiana confundem liberdade com inconseqüência.

Será que realmente estamos preparados para sermos livres? Será que suportaríamos criar as nossas regras sociais, e conseguiríamos manter o ideal de liberdade? Criar regras na sociedade já uma forma de acabar com a liberdade...

Talvez não precisemos ser livres, quiçá precisemos nos conhecer um pouco mais, conhecendo, sorvendo a vida em todos os âmbitos e profundidades, assim, poderemos ser livres pensadores, e finalmente poderíamos entender que o simples fato de questionar já nos deixa um pouco mais liberto... Eu continuo a buscar a minha liberdade, e você?

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