quinta-feira, junho 25

Apenas mais uma história de São João?

E a fogueira estava queimando, com ela se despedia cada pedacinho de sofrimento, e a luz da noite junina era enaltecida, era inebriante. Observava-se cada sorriso de casais apaixonados, de casais amantes. Ao som do mais autentico forró, a vida renascia reluzente.

A vida renascia sim, com aquele quê de otimismo, com o quê de sinceridade, a saudade não mais existia. Apenas sorrisos, olhares e movimentos coordenados embalavam os sinceros segredos abduzidos do fresco da alma.

Foi então que de repente, não mais que de repente, se avistou um olha. Olhar? Sim, olhar que já foi bem conhecido, olhar reconhecido seria a melhor forma de traduzi-lo. Olhar de um homem para com uma mulher, ou seria olhar de uma mulher para com um homem? Pouco poderia se entender, apenas o que se sabe era que o olhar era aquele mais arrepiante já observado.

Uns diziam que era olhar de raiva, outros diziam que era olhar de amor, mas, naquele instante pude perceber que se tratava de um simples olhar de aceitação misturado com um quê de ternura, e o por que não de saudade?

Os olhares eram incógnitos percebia-se que havia uma necessidade de entendimento, uma necessidade enorme de compreensão, uma enorme necessidade de se acabar com as ilusões e as discórdias.

Os fogos eram testemunhas, a sanfona calou-se, por um instante, diante de tamanha dúvida, todos se entreolhavam e questionavam onde estava o erro. E pouco a pouco, todos ratificavam que o erro não mais existia. Que os erros criados eram apenas uma forma de se defender da vida, dos sonhos e do passado.

Engraçado perceber que seres humanos teimem em se esconder da felicidade. Qual o problema em ser feliz? Qual o real problema em dividir? Existe algum problema em haver equilíbrio entre razão e emoção? Existe algum motivo?

E assim, os olhares foram entendendo o porquê das desavenças e foram compreendendo que sempre fizeram parte de um inteiro, foram percebendo que são exatamente iguais e por tal motivo se amam, se admiram e se temem mutuamente.

Os olhares finalmente se entenderam? Sanaram as arrebatadoras dúvidas da vaidade e do orgulho? A fogueira entre cinzas fora incapaz de responder tais questionamentos, mas, no coração de todos que presenciaram tamanha magnitude diante da vida, a esperança brota com a certeza de que cedo ou tarde, a verdadeira canção será impetuosamente administrada, sentida e nunca mais banida...

Um comentário:

  1. Que sao joao hein??? continuo me emcionando com as suas ideias.

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