sábado, junho 5

Conversando com a vida... Ela tem medo de que?

Às vezes a vida roga por uma atitude nossa, mostra caminhos diversos, novas oportunidades, novos sonhos, e encarcerados na nossa vil empáfia de sermos inerte, nos fechamos a tamanho magnetismo. Fechamos-nos pelo medo de conhecer o novo, pelo medo de perder o comodismo de saber aonde ir, onde pisar, o que ouvir e o que falar...


Estamos tão iludidos com a realidade que controlamos que ficamos cegos diante de tamanha imensidão. É a vida nos apresentando oportunidades a todo instante, e nós estamos sempre  relutando em aceita-las, por estarmos ligados a um passado. Passado este de sonhos e ilusões...

Problemas em sonhar não existem, o problema é latente quando apenas sonhamos... Aquele que apenas sonha está sempre a esperar por algo impalpável. Espera que o dia de amanhã seja ensolarado, mesmo que seja em pleno inverno, e, quando o amanhã chega e ele percebe que o dia está chuvoso, ao invés de observar a beleza da chuva, ludibria sua mente com o sonho da luz do sol. E assim os dias se vão... O descontentamento reina, até que o tão esperado verão dá o ar de sua graça, o sol chega, brilha, irradia energia. E sabe o que o eterno e apenas sonhador faz? Entristece-se porque fora justamente naquele dia que o seu sonho tinha sido a chuva... E assim a vida se vai...

Ficamos tão presos na imensidão do sonho impossível que esquecemos o sonho presente, o possível, o realizador, o magnetizador... Talvez o grande problema seja viver no amanhã, no ontem, ou mesmo ludibriar o agora.

Penso que nós, na grande maioria dos momentos da vida, sabotamos nossas emoções, sabotamos por uma necessidade de aceitação, lutamos, buscamos ser aceitos, vivemos o sonho de um relacionamento, e quando este acontece, nada mais é que a pura e sagaz realidade... A deliciosa pura e sagaz realidade... A que nos permite olhar os outros nos olhos, a que nos permite entender olhares, a que nos faz chorar por estar desiludido com a inexatidão da vida, a mesma que nos faz estar em um lugar no exato momento em que não poderíamos. Porque é isso que acontece... Precisamos de momentos e lugares especiais para ser felizes?Será?

A felicidade é algo simples, e tão bem comentada pelos poetas... É a felicidade de olhar para um ser doente de corpo ou alma e conseguir o fazer sorrir por um momento singelo de beleza... É comer aquele delicioso pedaço de chocolate, tomar um gole de vida! É se sentir reconhecido por um êxito, é perceber que ninguém apontou um grande defeito e ao mesmo tempo não se deixar engrandecer por grandes situações.

E o que sempre paira em minha mente... Se a felicidade é algo tão simples porque insistimos em viver na tristeza? Por que insistimos por procurar por aquele certo alguém, aquela certa casa, aquele emprego ideal? Por que não procuramos por nós mesmos?

Acho que a resposta está no medo, medo de ousar, medo de ser feliz... Eu insisto em argüir que a felicidade caminha lado a lado com a liberdade... Mas não confundamos liberdade que apreende, que subjuga e aniquila... A felicidade é a liberdade que transmite leveza, a liberdade de sorrir, de chorar, de estar feliz, de estar triste... E por que teimar em criar estereótipos, amores possíveis que os tornamos impossíveis? Por que se trancafiar em uma relação superficial? Por que se privar de conhecer o outro? Por que? Talvez estejamos tão acostumados a ousar na busca de uma liberdade, que em alguns momentos perdemos a liberdade de ser livre.

A vida pede muito mais do que uns minutos de sorrisos, uns segundos de prazer. A vida pede muito mais do que a vibração da conquista... Conquista. Amores. Relações. A vida é muito mais. A vida pede atitude. Pede coragem! Coragem de se assumir, de enfrentar os medos, de encarar os obstáculos e de sorrir para as adversidades. A vida não espera que sejamos espectadores pacientes... Ela impulsiona. E cedo ou tarde, mesmo temendo, mesmo com ansiedade, a vida nos testará, e a partir desse momento você entenderá que o fato de apenas não fazer nada, ficar preso a convicções vis fará com que você co-exista... É por essas e outras que eu escolho viver e você?